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Dica DVD/BLU-RAY da Semana: Lobisomen

Depois desta onda de vampiros teens e lobisomens descamisados e com barriga sequinha, temos a oportunidade de ver o que realmente um lobisomem faz. Uma das melhores adaptações de lobisomen chegou em DVD/BLU-RAY.

 O Remake é assinado por Joe Johnston (diretor, entre outros, de Querida, Encolhi as Crianças e Jurassic Park III), que manteve a visualidade do filme fiel a aspectos do cinema de terror das décadas de 1930/40, período em que foi produzida a versão de George Waggner para a história do lobisomem na qual ele se baseou. Se a versão de 1941 é vista hoje como datada devido a questões técnicas há muito ultrapassadas, Johnston resgata a essência desse cinema de horror e atualiza o clássico utilizando efeitos digitais com precisão para sustentar a estética retrô de seu filme.
Todo um clima lúgrebre de uma Inglaterra que estava abandonando os campos em troca da vida nas cidades, que nasciam da indústria movida à carvão e fuligem, coroam a história do filho pródigo que retorna à casa do pai diante da morte do irmão mais velho. Construindo a psicologia de Lawrence Talbot (Benicio Del Toro) entre o rancor que guarda do pai, Sir John (Anthony Hopkins), e a idéia das multi-personalidades de um ator teatral, num tempo em que a profissão ainda sofria muitos preconceitos ligados à loucura e à afetação, Johston fundamenta o retorno deste personagem a um cenário já cheio de conflitos, antes mesmo que a maldição das luas-cheias se apresentasse à ele. 
Investigando a morte do irmão, sob a perspectiva de um brutal assassinato que poderia estar ligado a uma comunidade de ciganos que vive nas redondezas da cidade, Lawrence entra em contato com os elementos desconhecidos, e portanto, não totalmente compreendidos de uma história que desafia a razão de sua época.
 Ao ser atacado por um animal feroz e salvo pela curandeira cigana, o protagonista passa a sofrer perturbações de ordem psico-física que afloram na presença da bela noiva de seu irmão, Gwen (Emilly Blant). 
          Rodeada de grandes estrelas, a atriz Emilly Blant faz bonito! 
Interessante como a perspectiva mostrada pelo filme ligue a ideia do desconforto da fera em contraponto à presença feminina, sendo Gwen o elo que desperta em pai e filho à lembrança da antiga tragica morte da mãe, situação que os afastou definitivamente. Na clássica história de A Bela e a Fera vemos a docilidade da mocinha transformar o coração do monstro, enquanto em O Lobisomem a bestialidade da fera impede qualquer possibilidade de aproximação entre os dois que não seja trágica.



                       Hugo Wearving interpreta de forma maestrosa

Nesse tom de maldição de família e tragédia anunciada, Lawrence passa a ser perseguido e é internado num sanatório em que se acredita poder dissuadi-lo da idéia de ter se tornado um monstro. Aqui o diretor aproveita o circo montado para expôr Lawrence como louco, e produz uma  cena de transformação de homem em lobo na qual é possível sentir o desconforto das mudanças físicas que tomam conta do personagem. E esta é uma cena de aposta, é conquistar ou perder o espectador, que hoje tem os olhos acostumados a efeitos digitais e não se satisfaz com pouco. 
Benicio Del Toro e Anthony Hopkins marcam o duelo final de seus personagens com uma cena que resume a estética do filme: num cômodo da casa decadente, à luz da lareira que ajudará a provocar o incêncio que vai enterrar a maldição dos Talbot, dois homens transformados em animais lutam para decretar que apenas um deles pode continuar. 
            Hopkins nos brinda com mais uma belíssima atuação.

E Hopkins rasgando a camisa e mostrando o peito ao adversário pode soar engraçado, e ter sido pensado apenas como efeito para ajudar o espectador a reconhecer quem é quem debaixo das máscaras e maquiagens, mas resume também uma moral masculina ligada à animalidade que nos filmes indies e fofos de hoje não haveria motivo para expressar.
Sujo, escuro, com vísceras expostas e sangue por todo lado, O Lobisomem faz com que, através do cinema, façamos uma viagem a um passado estético que nossa ansiedade pelo futuro tem nos impedido de aproveitar desde que nos ensinaram a estar atentos e prontos a apontar o dedo a tudo que não seja atual ou virtual.
o resultado é competente, o monstro é especialmente fascinante. Anda sobre as pernas, como um homem, e corre feito um lobo. Seu rosto não tem o focinho alongado, consagrado no gênero na década de 1980, e ele passa o tempo todo vestindo as roupas de Talbot, num sinistro amálgama de primata e lupino que remete ao original de 1941.
Em tempos em que lobisomens adolescentes não conseguem passar uma cena sequer sem tirar a camisa para exibir seus abdômens tanquinho, um lobisomem vestido como cavalheiro vitoriano e agindo com a ferocidade e selvageria esperadas de uma criatura desse tipo! Eviscerando, decapitando e devorando suas vítimas, pode soar de maneira negativa. Mas a autenticidade da historia é algo mais que bem vindo nas telas atuais. 
O filme não decepciona e vai alem da pipoca, com certeza vai a agradar os amante da bela arte e os carniceiros de plantão! 
Nota do Blog: 10 
                           Detalhes das tecnicas de animação do longa



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Dica DVD/BLU-RAY da Semana: Lobisomen Dica DVD/BLU-RAY da Semana: Lobisomen Reviewed by Foose on 13:22:00 Rating: 5

Um comentário

  1. Oi AGENTE FOOSE,

    Tenho a versão original em minha devedteca particular, esse ainda não vi,mas estou louco para ver.
    Obrigado pela visita e pelas palavras de apoio, adorei seu blog e sempre estarei pela'qui.

    Abraços e bom fim de semana.

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