Crítica da Semana- Cisne Negro

A principal bailarina da companhia, Beth Maclntyre (Winona Ryder), que tinha o papel de rainha dos cisnes (papel mais disputado)não estará presente na nova temporada do Lago dos cisnes, e a companhia precisa de uma nova estrela. Para ser rainha dos cisnes é necessário subir ao palco como cisne branco, com doçura e inocência, e também como cisne negro, com ousadia e sensualidade. Nina (Natalie Portman) é perfeita e imbatível como cisne branco, sempre muito disciplinada nas aulas, mas não consegue ser sensual o bastante para ser o cisne negro. A melhor como cisne negro é Lilly (Mila Kunis), e as duas tornam-se as favoritas a se tornar rainha dos cisnes. A escolha de quem será a nova rainha dos cisnes cabe ao diretor artístico da companhia, Thomas Leroy (Vicent Cassel).

O filme tem uma base simples, durante sua projeção acompanhamos a preparação de Nina (Portman) para seu papel duplo, sua jornada de auto-descobrimento, seus demônios e sua relação conturbada com a mãe. Pode parecer simples, mas a trama é complexa, cheia de reviravoltas e momentos de tensão, mescladas com a descoberta tardia da sexualidade e do turbilhão de emoções vividas por Nina . 

Cisne Negro é a maior prova de que Aronofsky sabe trabalhar com a intensidade cênica, que neste filme recebe o nome e o sobrenome de Nathalie Portman, que faz por merecer cada estatueta que vem recebendo. Já ganhou o Globo de Ouro, o Sag, entre outros 21 prêmios, todos aos que foi indicada.  Outro mérito do filme se dá pelo roteiro do iniciante Mark Heyman, que consegue dar densidade a trama e constrói os personagens de forma clara e profunda fazendo com que Portman brilhe na tela. De inicio Nina é frágil, cheia de medos e insegura, mas no decorrer do filme ela mergulha num mundo sombrio.

Os papéis coadjuvantes são o equilíbrio certo para Portman e dão o tom ao longa, Vincent Cassel é o desafiador diretor, que a faz sofrer com a cobrança, Barbara Hershey é a mãe controladora e que a mima, Mila Kunis é o pecado em pessoa, divide com a protagonista uma das cenas mais fortes e picantes dos últimos tempos e prova todo seu talento. Wynona (brilhante, como a tempos não a vejo!),é o que ela pode se tornar. Cada um com sua importância e seu peso dentro da trama. O filme consegue prender a atenção do começo ao fim e mostra que nem todas história precisa de grandes efeitos ou de histórias longas para ser grandioso. Efeitos poucos, mas muito bem aproveitados dão um certo toque de horror ao filme e a trilha incisiva, entremeada pelas famosas canções do Lago dos Cisnes dão o clima perfeito. Memorável. 

Com os movimentos da câmera de Aronofsky, é possível acompanharmos as cenas com riqueza de detalhes e angariar toda a emotividade dos personagens. Do inicio ao fim o expectador é envolvido psicologicamente. Um dos melhores filmes do ano, recheado de significados e de sensações. Entre atuações fantásticas, clima ideal e roteiro bem amarrado, Cisne Negro se torna um filme imperdível para todo apreciador da Sétima Arte, e mostra o quanto um sonho pode alterar o rumo de sua vida. Com certeza vale o ingresso e é uma obra para ser apreciada varias e varias vezes.

Nota do Foose:10

Cisne Negro(Black Swan)

 EUA- 2010- Drama
Direção: Darren Aronofski
Elenco: Natalie Portman, Barbara Hershey, Winona Ryder

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